Veículos isentos do uso de tacógrafo: quais são?

Veículos isentos do uso de tacógrafo: quais são?

Para quem vive na estrada, o tacógrafo é um dispositivo muito importante para que motoristas de veículos pesados e empresas de transporte acompanhem o tempo de condução e descanso de forma adequada.

A legislação exige o uso do tacógrafo para caminhões e veículos para transporte de pessoas, mas existem exceções. Nem todos os automóveis precisam desse controle.

Neste artigo, você confere quais veículos estão isentos do uso do tacógrafo e descobre se o seu exige essa obrigatoriedade. Confira!

O que fala a Lei do Tacógrafo?

A Lei do Tacógrafo estabelece a obrigatoriedade do Registrador Instantâneo Inalterável de Velocidade e Tempo, conhecido como tacógrafo ou cronotacógrafo, para veículos de carga com peso bruto superior a 3.500 kg e para transporte de passageiros com mais de 10 lugares.

Prevista no artigo 105 do Código de Trânsito Brasileiro e regulamentada pelas resoluções 14/98, 87/99 e 92/99 do CONTRAN, a legislação também prevê exceções para determinadas categorias de veículos. 

A seguir, confira quais são essas regras e quem está isento do uso do equipamento.

Veículos isentos do uso de tacógrafo

Embora o tacógrafo seja obrigatório para muitos veículos de carga e transporte de passageiros, algumas categorias estão dispensadas deste equipamento. 

Segundo as normas do Inmetro e do Contran, a isenção se aplica a:

  1. Veículos leves (até 3.500 kg)

Estão dispensados do equipamento:

  • Veículos de uso militar, destinados exclusivamente às Forças Armadas;
  • Motorcasas, como motorhomes, que são projetados para lazer e não para transporte de carga ou passageiros remunerados;
  • Veículos de transporte particular de passageiros fabricados antes de 2024, como vans e micro-ônibus de categoria particular, desde que não realizem serviço remunerado.
  1. Veículos pesados (acima de 3.500 kg)

A exigência varia conforme o modelo e o uso. Estão isentos:

  • Caminhões com carroceria integrada ao projeto original, semelhantes a caminhonetes e com menos de 7 metros. Esses veículos não exigem cronotacógrafo, exceto se forem registrados na categoria aluguel.
  • Veículos com capacidade de tração inferior a 19 toneladas;
  • Caminhões fabricados antes de 1999, desde que tenham peso bruto total (PBT) inferior a 4.536 kg
  1. Tratores e máquinas de elevação

Seguem regras específicas e estão dispensados:

  • Modelos de uso militar;
  • Motorcasas;
  • Veículos com placa de fabricante, que ainda não foram registrados para circulação regular.
  1. Veículos de transporte de passageiros ou mistos

Quando registrados como particulares e sem transporte remunerado, estão isentos se fabricados antes de 2024.

Se o veículo se encaixa nessas categorias, o uso do tacógrafo não é necessário. Caso contrário, é preciso seguir a legislação para evitar penalidades.

Quanto custa a multa por tacógrafo irregular?

O uso irregular ou a ausência do tacógrafo em veículos onde ele é exigido é classificado como uma infração grave, de acordo com o Artigo 230 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB).  A penalidade inclui multa de R$ 195,23 e retenção do veículo até haja a sua regularização.

Além disso, se o equipamento não estiver certificadi pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), o motorista ou a empresa de transporte de cargas pode enfrentar penalidades adicionais. 

Multas para infratores primários podem chegar a R$ 1.200,00, podendo alcançar até R$ 50.000,00 em casos mais graves.

Dessa forma, manter o tacógrafo dentro das exigências legais, incluindo a certificação periódica pelo Inmetro, evita penalidades e também garante o cumprimento das normas de segurança no trânsito.

Por que o tacógrafo é importante para as empresas?

Mais do que uma obrigação legal, o tacógrafo é uma ferramenta que traz muitos benefícios para empresas de transporte e também para quem trabalha com transporte autônomo. 

Esse dispositivo registra automaticamente a velocidade, a distância percorrida e o tempo de condução e paradas durante o trajeto. E é com esses dados que é possível ter um controle das horas trabalhadas, o tempo gasto em pausas e até mesmo evitar infrações de trânsito.

Além disso, o tacógrafo auxilia no cumprimento da Lei do Descanso, que determina períodos obrigatórios de repouso para motoristas profissionais. 

Com isso, evita-se a fadiga ao volante, reduzindo riscos de acidentes e assegurando melhores condições de trabalho para os condutores.

Novas regras da Lei do Descanso

A partir de março de 2025, a Lei do Descanso passou por mudanças para reforçar a fiscalização sobre os períodos de repouso dos motoristas profissionais.

A alteração mais importante foi a exigência do cumprimento integral das 11 horas de descanso a cada 24 horas, sem fracionamento. 

Já as pausas obrigatórias ao longo da jornada continuam valendo: 30 minutos a cada 6 horas de direção no transporte de cargas e 30 minutos a cada 4h30 para o transporte de passageiros, podendo ser divididas em períodos menores de no mínimo 5 minutos.

Caso o motorista seja flagrado descumprindo a norma, além da multa, ele será obrigado a cumprir as 11 horas de descanso ininterruptas antes de seguir viagem. 

A Lei do Descanso tem como objetivo reduzir o risco de acidentes causados pela fadiga ao volante, protegendo motoristas e demais usuários das rodovias.

Conclusão

Agora que você já sabe quais veículos estão isentos do tacógrafo, pode evitar dores de cabeça na fiscalização e rodar com mais segurança.

Para quem precisa do equipamento, manter tudo em dia vai muito além de seguir a lei: é uma maneira de garantir mais controle sobre a jornada e reduzir riscos na estrada.

Com as novas regras da Lei do Descanso, esse monitoramento se torna ainda mais importante, ajudando a prevenir a fadiga ao volante e tornando o transporte mais seguro para todos.

Se o seu veículo exige tacógrafo, manter a regularização em ordem é a melhor forma de evitar multas e seguir viagem sem preocupações.