Como funciona o tratamento de águas oleosas nas indústrias
Em atividades industriais, muitas vezes o meio ambiente sofre determinados impactos.
Um deles é a presença da água oleosa, originada de tais setores, por exemplo, de efluentes de lavagem de pisos, sistemas de refrigeração, atividades em usinas de álcool e açúcar, entre outras.
Para que ocorra a adequação ambiental das indústrias, cada vez mais, os órgãos reguladores ambientais tornam o tratamento de efluentes industriais mais rigoroso.
O que é água oleosa?
Primeiramente, é importante compreender que água oleosa se refere a um termo genérico. Ele é usado para indicar as águas que dispõem de lubrificantes, graxas e óleos em quantidades que podem variar.
Há outros tipos de materiais que podem estar presentes em suspensão, como terra e areia.
Além dessas possibilidades, substâncias dissolvidas e coloidais, como metais pesados e detergentes, também são comumente detectados de maneiras distintas. Afinal, a presença das graxas e óleos pode ser distinta.
É possível que estejam presentes de forma emulsionada ou livre. Enquanto na forma livre, o óleo não se mistura com a água e é visível, o óleo emulsionado não pode ser detectado a olho nu.
Essa ocorrência entre o óleo e a água recebe o nome de emulsão, onde ambos estão intimamente misturados.
Para que essa emulsão ocorra, é preciso que ocorra dispersão mecânica do óleo na água e vice-versa ou que o meio contenha um agente químico com a capacidade de causar a estabilização de minúsculas gotas de uma fase no interior da outra fase.
Até mesmo na forma livre da presença oleosa na água, existe a emulsão. No entanto, neste caso considera-se que o óleo detectado a olho nu se refere à parcela em excesso dos agentes oleosos.
Para o tratamento de águas oleosas é necessário que ambas as formas de óleos sejam removidas.
Como é o tratamento dessa água?
Há diferentes etapas de tratamento da água devido à complexidade da relação com os óleos, que resulta na necessidade de que mais de um tipo de procedimento seja efetuado.
Essas etapas consistem na decantação, tratamento físico-químico e na flotação.
A decantação do óleo não atende totalmente aos requisitos ambientais da separação do óleo emulsionado. Por esse motivo, é indicada apenas para a separação do óleo livre.
O processo consiste no recolhimento da água em um tanque, onde tanto as fases da água, quanto do óleo ficam em repouso no período necessário para que ocorra a separação por meio da gravidade.
O tratamento físico-químico é importante, principalmente, para a separação do óleo emulsionado, pois para a quebra da emulsão, um agente químico é adicionado à água oleosa.
Neste tipo de tratamento da água, o agente químico depende do óleo que está sendo tratado e do surfactante existente. De qualquer forma, esse meio possibilita a formação de uma fase de óleo livre.
A flotação é a etapa final, onde é necessário apenas efetuar a separação de uma fase da outra.
Ao se tratar do óleo livre, a separação pode ser efetuada por meio de centrifugação, decantação ou flotação, que são escolhidas e aplicadas de acordo com a distinção entre a densidade das fases.
No entanto, alguns procedimentos, como a hidrociclonação e a ciclonação, podem apresentar alto investimento para o tratamento de água oleosa. Por esse motivo, os processos apresentam aplicação mais restrita.
Na flotação, é realizada a adição de minúsculas bolhas de gás, que normalmente é ar, que se aderem às gotículas de óleo de maneira estável. Esse sistema óleo-gás se desloca para a superfície do líquido e ao se acumular, torna a remoção mais fácil.
O que existe na legislação sobre o tratamento?
O desconhecimento sobre tratamento de efluentes industriais legislação pode comprometer o meio ambiente, por meio de práticas indevidas como:
- Armazenamento inadequado;
- Despejo de resíduos em áreas não autorizadas;
- Manejo indevido;
- Ausência de meios de tratamento.
A legislação aponta que a disposição inadequada de lubrificantes automotivos e industriais é categorizada como crime, assim como jogar fora ou queimar.
Um exemplo de decreto que abrange este tema é o 50.877/61 e seus respectivos artigos que discorrem sobre o lançamento de resíduos oleosos e tóxicos na água.
A proibição do lançamento de poluentes na água, capaz de comprometer os organismos aquáticos no corpo receptor, faz com que os critérios estabelecidos pelos órgãos ambientais tenham um papel fundamental.
Sendo assim, é importante que as indústrias disponham ou recorram a uma estação de tratamento de água oleosa, pois os agentes nocivos devem ser eliminados quase que totalmente para o reuso ou descarte.