Efluentes industriais e como são tratados

Independente da atividade exercida ou do porte da empresa, toda indústria precisa fazer o descarte correto dos resíduos industriais. Segundo a Associação Brasileira de Empresas de Tratamento de Resíduos Efluentes (Abetre), essa necessidade ainda é um desafio. Isso porque, apenas 25% dos resíduos industriais (são 33 milhões de toneladas produzidas por ano no Brasil) recebem o tratamento adequado.
Neste cenário, as indústrias precisam repensar suas práticas (tanto pela responsabilidade socioambiental como pelo cumprimento da legislação brasileira).
No caso de um efluente industrial, no qual sólidos ou gases surgem a partir do uso de água nas indústrias, investir em soluções como uma Estação de tratamento de efluentes industriais é o caminho.
Se você deseja melhorar os processos ambientais da sua indústria e quer saber como funciona o tratamento desses rejeitos, continue lendo este artigo.
Como funciona o tratamento de efluentes?
Tanto na indústria como em ambientes residenciais, o descarte incorreto de resíduos na natureza causam problemas ambientais. Da contaminação da água e do solo até a proliferação de doenças e morte do ecossistema, esses lixos são altamente tóxicos.
Neste cenário, a Estação de tratamento de efluentes industriais, também conhecida como ETE, é um equipamento essencial para remover a matéria orgânica contaminante desses resíduos.
Na prática, a estação é o lugar que recebe esses resíduos e também onde ocorre os processos químicos, físicos e biológicos para tratá-los.
Há tanto opções de estações adaptadas para grandes indústrias, que podem ser instaladas nas dependências da empresa ou em um espaço separado, como também existe um modelo de Estação compacta de tratamento de efluentes industriais.
O equipamento compacto é ideal para realizar esse processo em empresas menores ou estabelecimentos comerciais. Independentemente do tipo e do tamanho do equipamento, o processo de descontaminação dos detritos ocorre em fases. Veja os tópicos abaixo com as principais fases:
1ª fase
Antes de qualquer tratamento, os efluentes passam por um pré-tratamento. Ou seja, assim que são direcionados para a estação, os resíduos passam por um processos como:
Peneira;
Filtragem;
Separação dos resíduos de óleos, gorduras e sedimentos;
Remoção dos elementos sólidos a partir de grade ou telas.
2ª fase
Depois da filtragem inicial, é hora de trabalhar na remoção dos poluentes dos resíduos.
Nessa fase ocorre, assim, processos como a desinfecção da água e a neutralização de Ph (acidez), entre as demais técnicas que podem ser adotadas nessa fase.
3ª fase
Nesta fase, os efluentes são tratados com procedimentos biológicos.
Há basicamente duas fases com esse objetivo: a anaeróbia e a aeróbia.
Durante a primeira etapa, os rejeitos recebem a interferência de bactérias anaeróbias (que vivem de O²). Já na segunda, os micro-organismos se alimentam da matéria e a transformam em água e gás carbônico. Dependendo da estação de efluentes, a eficácia da descontaminação, nesse processo, chega a 95%.
Estação de tratamento de água x efluentes
De forma geral, um efluente industrial pode ser encontrado no estado líquido ou gasoso. No caso de um efluente doméstico, o cenário inclui gorduras, dejetos, lixo orgânico, chorume e outros tipos de matéria.
Nos dois casos, uma das consequências da falta de tratamento é a contaminação da água. Por isso, investir em estações de tratamento de água é essencial quando se trata um resíduo industrial.
Afinal de contas, já pensou em como essas substâncias contaminadas interferem na poluição dos rios e nas fontes de abastecimento de água? Os especialistas ambientais sim e as consequências de não mudar esse tipo de comportamento não são nada animadoras.
Sem água de qualidade e uma rede de tratamento de esgoto, a saúde do ecossistema e das pessoas é afetada. Isso sem contar os outros impactos ambientais negativos.
Por esse motivo, se a sua indústria ainda não tem um planejamento para cuidar do destino desses efluentes e do esgoto industrial, é hora de pensar em como fazer isso.
Laudo de caracterização de vegetação: o que é
Tanto para a instalação de uma estação de tratamento de efluentes quanto para qualquer outra, as indústrias dependem de licenças ambientais.
Dentro da legislação há uma série de alvarás e autorizações que variam conforme a atividade exercida pela indústria e o potencial de poluição que elas podem causar.
Embora não tenha uma ligação direta e a princípio óbvia com o tratamento de um efluente industrial, o Laudo de caracterização de vegetação é um documento importante.
Essa licença, exigida pelo Ministério do Meio Ambiente (MMA) e outros órgãos ambientais serve para identificar elementos da fauna e flora presentes nos entornos da indústria.
Com essas informações, tanto os órgãos de fiscalização ambiental como o setor de responsabilidade socioambiental da indústria, contam com um respaldo maior para fazer o tratamento dos resíduos de forma eficaz.
Afinal, como identificar se uma Estação compacta de tratamento de efluentes industriais basta para resolver esse problema? Quando é preciso incorporar outros equipamentos para tratar esses dejetos? Como saber quais são os riscos do vazamento de rejeitos na área ambiental em questão? Qual a melhor forma de poupar ou reduzir os danos para a fauna e flora local?
Essas perguntas são um tanto complexas, mas um Laudo de caracterização de vegetação é um bom caminho para ajudar a construir as estratégias adequadas.